sábado, junho 06, 2020

Mortos invisíveis: Conselho de Secretários de Saúde critica empresário cotado para o governo

carlos wizard

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde divulgou, neste sábado (06), uma nota chamando as declarações de Carlos Wizard de "levianas". Wizard é apoiador do presidente Bolsonaro e  cotado para assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos.


O empresário Carlos Wizard causou polêmica ao afirmar que os números da Covid-19 estão sendo inflados por gestores estaduais e municipais para receber mais recursos do governo federal.


As declarações de Wizard foram publicadas pela coluna da jornalista Bela Megale, do jornal "O Globo".
Segundo a coluna, o empresário disse que “tinha muita gente morrendo por outras causas e os gestores públicos, puramente por interesse de ter um orçamento maior nos seus municípios, nos seus estados, colocavam todo mundo como covid."
O empresário ainda não assumiu oficialmente a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, mas disse que fará uma contagem do número de casos para comprovar sua teoria.
Ainda segundo a coluna de "O Globo", Carlos Wizard disse que o número de mortos pela pandemia é "fantasioso ou manipulado".

Sobre a nota de repúdio

A nota, divulgada neste sábado (06), assinada pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde, afirma que o empresário mostrou “profunda ignorância sobre o tema” e que as declarações foram um insulto à memória de quem perdeu a vida em decorrência da Covid-19.

“A tentativa autoritária, insensível, desumana e anti-ética de dar invisibilidade aos mortos pela covid-19, não prosperará”, diz o documento.

E continuam: "Sua declaração grosseira, falaciosa, desprovida de qualquer senso 
ético, de humanidade e de respeito, merece nosso profundo desprezo, repúdio e asco”, continua a nota. (Istoé)

Por verbas, TVs católicas oferecem apoio ao governo

Crédito: Reprodução/ TV Brasil

A queda de popularidade do presidente Jair Bolsonaro tem atraído propostas de alianças em troca de recursos públicos. Uma das mais tentadoras partiu de padres e leigos conservadores que controlam boa parte do sistema de emissoras católicas de rádio e TV. Ligados à ala opositora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) dentro da Igreja, eles prometeram “mídia positiva” para ações do governo na pandemia do novo coronavírus. Pediram em contrapartida, porém, anúncios estatais e outorgas para expandir sua rede de comunicação.

A proposta foi feita no último dia 21, em videoconferência com a participação de Bolsonaro, sacerdotes, parlamentares e representantes de alguns dos maiores grupos católicos de comunicação, no Palácio do Planalto. A reunião foi pública e transmitida pelas redes sociais do Planalto e pela TV Brasil. Na “romaria virtual”, o grupo solicitou acesso ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e, principalmente, à Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom).

Dona do quinto maior orçamento do Executivo, a Secom tem R$ 127,3 milhões em contratos com agências de publicidade. Bolsonaro prometeu tratar pessoalmente do assunto. Um dos pedidos mais explícitos foi feito pelo padre Welinton Silva, da TV Pai Eterno, ligada ao Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO).

Silva afirmou que a emissora, há um ano no ar, passa por dificuldades e espera uma aproximação com a Secom para oferecer uma “pauta positiva das ações do governo” na pandemia da covid-19. “A nossa realidade é muito difícil e desafiante, porque trabalhamos com pequenas doações, com baixa comercialização. Dentro dessa dificuldade, estamos precisando mesmo de um apoio maior por parte do governo para que possamos continuar comunicando a boa notícia, levando ao conhecimento da população católica, ampla maioria desse país, aquilo de bom que o governo pode estar realizando e fazendo pelo nosso povo”, disse o padre. “Precisamos ter mais atenção para que esses microfones não sejam desligados, para que essas câmeras não se fechem.”

O padre e cantor Reginaldo Manzotti, da Associação Evangelizar é Preciso, com rádios e TV próprias, cobrou agilidade e ampliação das outorgas e destacou o contraponto que os católicos podem fazer para frear o atual desgaste na imagem de Bolsonaro e do governo. “Nós somos uma potência, queremos estar nos lares e ajudar a construir esse Brasil. 

E, mais do que nunca, o senhor sabe o peso que isso tem, quando se tem uma mídia negativa. E nós queremos estar juntos”, disse Manzotti, dirigindo-se ao presidente da República.

Fongte: Istoé

Governo brasileiro que maquear dados para diminuir casos e mortes por coronavírus

Nurse washing hands to avoid Covid 19 virus. : Foto de stock

O governo brasileiro encontrou uma maneira inusitada de "resolver" e baixar os números de infectados e mortes por Covid-19. Basta manipular os números, fazendo um contagem próprio.

Atrapalhado e incompetente na condução da pandemia no Brasil, o governo do presidente Jair Bolsonaro, agora, contesta os números do próprio governo, alegando discrepância nos mesmos.

Motivo de chacota no mundo da Ciência e citado como exemplo a não ser seguido, o Brasil já é o terceiro em número de mortos pelo vírus, sem ter atingido, ainda, o pico da doença.

O site oficial da covid-19, que apresentava um balanço detalhado sobre a situação da pandemia de covid-19 no país, saiu do ar na noite de hoje no mesmo horário em que foi divulgada nova versão dos dados de pacientes diagnosticados e óbitos ocorridos no Brasil e nos estados. 

Somadas, as duas situações dificultam o entendimento da situação do combate ao novo coronavírus e as análises de eficácia das ações brasileiras. 

Uma mensagem dizendo "portal em manutenção" passou a ser a única informação disponível no endereço, que antes trazia detalhamento por estados, gráficos com a evolução de casos e óbitos, bem como informações sobre início dos sintomas, entre outros detalhamentos. 

Esse é o governo que fala em seriedade, mas, não a pratica.

Com informações so site Notícias UOL

sexta-feira, junho 05, 2020

Brasil é considerado péssimo exemplo no combate ao coranavírus, merecendo críticas até de Trump

Donald Trump se encontra com Jair Bolsonaro no Salão Oval da Casa Branca, em Washington - 19/03/2019
De lados opostos no combate à Covid-19

 

         Ainda existe Amuita gente que critica as medidas de isolamento adotadas para evitar que o sistema de saúde entre rapidamente em colapso, porque a diminuição do número de pessoas nas ruas, está mais que provado, diminui a velocidade da disseminação do coronavírus. Com menos gente contaminada, menos pessoas precisam ser hospitalizadas ao mesmo tempo.

         Cada um enxerga a pandemia com os olhos das suas convicções. Melhoria seria ver com olhos do conhecimento de quem lê porque pesquisa todas as correntes, para evitar emitir opiniões que contrariem a ciência e o bom senso, ou que apenas repetir o que dizem os outros.

         Ao lado da Suécia, o Brasil é o pior exemplo que existe hoje no mundo, quando o assunto é estratégia de combate ao coronavírus. É o exemplo a não ser seguido. Mesmo assim, tem muita gente que é contra o isolamento social. A maioria alegando apenas a questão da economia. Também, com um presidente que diz que lamenta, e daí, pois todo mundo vai morrer um dia! Até o Trump, que Bolsonaro diz ser muito amigo, criticou, hoje o Brasil.

         Trump disse que o Brasil está seguindo o mesmo caminho da Suécia, país que não impôs quarentenas e decidiu se basear principalmente em medidas voluntárias de distanciamento social e higiene pessoal, mantendo a maioria das escolas, restaurantes e empresas abertas. Como resultado, a Suécia tem um número muito maior de casos de Covid-19 do que seus vizinhos nórdicos.

"Se você olhar para o Brasil, eles estão passando por dificuldades.

         A propósito, eles estão seguindo o exemplo da Suécia. A Suécia está passando por um momento terrível. Se tivéssemos feito isso, teríamos perdido 1 milhão, 1 milhão e meio, talvez até 2 milhões ou mais de vidas", disse Trump na Casa Branca, acrescentando que agora é hora de acelerar a reabertura.

Os Estados Unidos são o país do mundo com o maior número de casos do novo coronavírus, com 1,9 milhão de infecções e mais de 108 mil mortos.

Nos países onde o povo sabe o que é civilidade e educação, o isolamento deu certo. Por isso, a crise é menor. Só para citar três exemplos: Alemanha: 83 milhões de habitantes, 165 mil casos e pouco mais de 8.500 mortes; Argentina: 44,5 milhões de habitantes, 20.197 casos e 608 mortes e Costa Rica, com população de 5 milhões e apenas 10 mortes.

A Suécia, onde um infectologista convenceu o ministério da saúde e o governo que o melhor seria apostar no “libera geral” para imunizar todo mundo, com 10 milhões de habitantes, tem mais de 4.000 mortos, enquanto os vizinhos Dinamarca tem 561, a Noruega, 301 e a Finlândia, um pouco mais distante, tem 234. Contra os números não há argumentos.

A Argentina tem uma taxa de letalidade pelo covid 19, 10 vezes menor do que a do Brasil. Quando o presidente Alvares, de lá, disse que se preocupava muito com o que poderia contecer com o Brasil, ele sabia o que estava falando.

O Paraguai, que tem diversas ligações por terra com o Brasil, cavou até trincheira na divisa de Ponta Porã com Pedro Juan Caballero, para brasileiro não entrar. Só onze pessoas morreram no país vizinho, até agora.

  O tempo se encarregou de mostrar que eles estavam certos. Os governantes não ficaram brigando para ver quem estava certo quem estava errado. O único inimigo que eles enxergaram foi o coronavírus. Infelizmente é assim que tem sido.

Jota Parente

Anonymous divulga supostas doações a Malafaia sem repasse para igreja

Pastor Silas Malafaia chamou grupo Anonymous de

A conta do Twitter An0nCyber, que faria parte do grupo de hackers Anonymous , divulgou supostos dados do pastor Silas Malafaia no final da noite desta quinta-feira (4). 

A conta afirma que o líder religioso teria recebido 5 mil depósitos, que seriam para doações, em sua conta particular. Malafaia nega.

Você já foi um pastor... mas agora suas ovelhas vão ver que você era um lobo", escreveu a conta vinculada ao Anonymous . O perfil afirma que depósitos foram enviados ao Pagseguro de Malafaia em vez de diretamente para " órgão ou alguma conta pra sua igreja".


Malafaia é líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo . Na manhã desta sexta-feira (5), ele se posicionou no seu Twitter sobre o ocorrido chamando o grupo de "canalhas" e negando as afirmações da conta Anonymous.


Abrir seu sigilo bancário para provar que Anonymous está mentindo, que é bom, isso Malafaia não faz, de jeito nenhum. (Último Segundo IG)


Imagem


Com 615 mortes por Covid-19 no total, e com rigoroso programa de isolamento, Argentina estende quarentena em Buenos Aires até 28 de junho

Pássaros voam sobre a Plaza de Mayo, deserta por causa da quarentena Foto: Agustin Marcarian / REUTERSA Argentina prorrogou até 28 de junho o isolamento social obrigatório em Buenos Aires, tanto a capital quanto a província, e em algumas outras partes do país, como forma de evitar o aumento dos casos de coronavírus. O presidente Alberto Fernández disse nesta sexta-feira que é provável que o país esteja vivendo o pico do contágio.

 A Argentina registrou 929 novas infecções nesta quinta-feira, uma das maiores contagens diárias desde o início da pandemia. O país tem 20.197 casos totais, principalmente na cidade e na província de Buenos Aires. O número total de mortes por causa do novo coronavírus é de 615.

 — Desde mais ou menos duas semanas, o número diário de contágios está em mais ou menos 900. O número cresceu muitíssimo. Pode ser que cresça um pouco mais — disse o presidente.

 A taxa de mortalidade é de 12,8 por milhão de habitantes (com uma população de 44 milhões), uma das mais baixas da América Latina, revelou o presidente ao mostrar um gráfico estatístico, aind ana noite de quinta.

 — Nossos resultados ainda são bons, mas ainda não superamos o problema — afirmou Fernández.

 A prorrogação de três semanas do bloqueio, que expiraria em 7 de junho, impactará a capital, a província de Buenos Aires e algumas outras áreas que representam a maior concentração de infecções confirmadas, disse o presidente Alberto Fernández durante uma entrevista coletiva na noite de quinta.

 A cidade de Buenos Aires e os 13 distritos que a circundam, um conglomerado de 14 milhões de habitantes, "concentram 85% dos casos", informou o governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof.

O resto do país passará do isolamento para uma fase de "distanciamento social obrigatório e preventivo".

 A próxima fase incluirá novas permissões, incluindo exercícios ao ar livre durante certas horas na cidade de Buenos Aires, que tem a maior concentração de casos, disseram autoridades.

A Argentina está sob isolamento obrigatório desde 20 de março, embora as autoridades já tenham relaxado as restrições em algumas áreas. O país proibiu voos comerciais até 1º de setembro, uma das medidas de restrição de viagem mais rígidas do mundo.

 Segundo o presidente Fernández, em 18 das 24 províncias do país "não há circulação comunitária" do vírus, razão pela qual as medidas nestas áreas serão cada vez mais flexíveis com muitas atividades reabilitadas. Mas continuam vetados em todo o território a concentração de multidões, os espetáculos esportivos ou musicais e qualquer tipo de aglomeração.

 O prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, disse que entende "a angústia das pessoas" após quase 80 dias de confinamento.

 — Mas quero destacar o efeito positivo da quarentena. Se todos os casos aumentarem, teremos que voltar atrás (nas medidas de alívio do isolamento social) — observou Larreta.

Fojnte: Reuters


Carta de comitê dos EUA sobre governo Bolsonaro 'liquida chances de acordo com Brasil', diz Ricupero

O ex-ministro do Meio Ambiente Rubens Ricupero diz que chance de acordo comercial entre Brasil e EUA é quase nula Foto: Agência O Globo

O posicionamento do Comitê de Assuntos Tributários americano em relação ao governo Bolsonaro “praticamente liquida” as chances de acordo com o Brasil, avalia o diplomata e ex-ministro da Fazenda e do Meio Ambiente Rubens Ricupero.

Quais serão os efeitos dessas duas decisões?

O que me impressionou mais é a carta do comitê da Câmara dos EUA. É o mais poderoso do Congresso americano. Todas as questões ligadas a comércio são tratadas nesta comissão, e ela é absolutamente fundamental para qualquer acordo, inclusive para poder dar uma licença para começar a negociação. Achei muito impressionante a carta, que praticamente liquida qualquer tipo de tentativa de um acordo com o Brasil, porque os democratas dominam a Câmara.

Então a posição do comitê trava qualquer tipo de negociação?

Eles tendo essa posição na Câmara, não há possibilidade de o USTR (Representante de Comércio dos EUA, na sigla em inglês), que é o órgão que negocia, poder prosseguir. Mesmo que prossiga, não tem condições de ver isso aprovado. Uma coisa que aqui no Brasil ninguém tem realçado: Joe Biden é muito mais comprometido com o meio ambiente do que o (ex-presidente dos EUA Barack) Obama.

Ele foi vice do Obama, mas ele é mais ligado à ideia da economia verde. Então ele sendo presidente, a situação em matéria de meio ambiente vai ficar mais complicada para o Brasil.

A aposta do Bolsonaro em se alinhar ao Trump vai acabar colocando o país em uma situação ruim caso Joe Biden vença?

Vai ficar em uma situação difícil. É claro que os EUA vão procurar ter um bom relacionamento com o Brasil, mas não vai ser mais com o governo americano essa intimidade que o governo brasileiro hoje pretende ter.

O Biden já fez declarações sobre o desmatamento da Amazônia recentemente, então isso tende a ficar difícil. Sobretudo porque a estação chuvosa da Amazônia está chegando ao fim, daqui a pouco começam os incêndios de novo. A não ser que o Brasil dessa vez consiga ter um desempenho melhor do que no ano passado, vai voltar toda essa campanha.

E quanto à decisão do Parlamento holandês?

Já houve decisões nos Parlamentos da Áustria e da Irlanda. Hoje não há absolutamente ambiente para que a União Europeia possa ratificar o acordo. Acredito que os europeus não vão propriamente abandonar o acordo, mas deixar em banho-maria, vendo se a situação melhora. Nos próximos meses, não creio que haverá uma evolução.

 A equipe econômica tem uma política de abertura comercial. Essas repercussões das questões ambientais não trazem uma situação ruim para essa política?

Para fazer uma abertura comercial na base de acordos, você precisa ter parceiros que aceitem negociar. Na situação que está aqui nessa área de meio ambiente, cada vez vai ser mais difícil encontrar parceiros expressivos que queiram negociar com o Brasil. (A opção seria) uma abertura unilateral.

 O Brasil, se quisesse, podia fazer, mas não sei se tem cacife pra isso. Porque, com o desemprego que vamos sair da Covid-19, a primeira consequência de uma abertura unilateral é (mais) desemprego.

 Como?

 Vou dar um exemplo claro. Um dos setores que mais empregam no Brasil é o automobilístico e todas as indústrias conexas, autopeças etc. Essa é uma das áreas que têm as tarifas mais altas, 35% de proteção.

 Se o governo brasileiro quisesse acabar com a proteção no setor automobilístico, é claro que ele pode, pode fazer um decreto. Mas o que acontece?

 Ele liquida toda a indústria automobilística, que vai afetar inúmeros estados, vai ter um desemprego em massa numa situação que o país já está muito prostrado e vai demorar muito simplesmente para absorver o desemprego atual, sem falar em criar novos empregos. É uma impossibilidade prática, a não ser que eles quisessem se suicidar. (O Globo)