terça-feira, julho 07, 2020

Publicação de Licenciamentos Ambientais

 "No dia 17 de abril de 2020, a cooperativa mista de desenvolvimento do creporizão, fez uma solicitação de licenciamento na secretaria municipal de meio ambiente de Itaituba, referente aos Processos nº 313/2020; 314/2020; 315/2020; 316/2020; 317/2020; 318/2020; 319/2020;
320/2020; 321/2020; 322/2020; 323/2020; 324/2020, processos de licenciamento estes que culminaram na lavratura das respectivas licenças operacionais no dia 09 de junho de 2020".

MPF pede afastamento de Salles por ‘desestruturação dolosa’ do meio ambiente

sales

O Ministério Público Federal apresentou ação de improbidade administrativa contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por ‘desestruturação dolosa’ e ‘esvaziamento’ de políticas ambientais ‘para favorecer interesses que não têm qualquer relação com a finalidade da pasta’. A Procuradoria pede à Justiça que conceda liminar para afastar o ministro do cargo.

De acordo com doze procuradores que assinam a ação, Salles teriam atuado em série de atos, omissões e discursos que caracterizariam conduta intencional ‘com o objetivo de fragilizar a atuação estatal na proteção do meio ambiente’. A ação foi movida na esteira da declaração do ministro na reunião do dia 22 de abril, tornada pública pelo Supremo Tribunal Federal.

Na ocasião, Salles disse que o governo federal deveria aproveitar a ‘oportunidade’ da pandemia do novo coronavírus para ‘ir passando a boiada’ em regulações ambientais. Após a divulgação das imagens, o ministro disse que estava defendendo a flexibilização de normas, dentro da legalidade.

“É possível identificar, nas medidas adotadas, o alinhamento a um conjunto de atos que atendem, sem qualquer justificativa, a uma lógica totalmente contrária ao dever estatal de implementação dos direitos ambientais, o que se faz bastante explícito, por exemplo, na exoneração de servidores logo após uma fiscalização ambiental bem sucedida em um dos pontos críticos do desmatamento na Amazônia Legal”, afirma a Procuradoria.

O MPF cita a exoneração de três coordenadores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) um mês depois de ações de fiscalização nas terras indígenas Ituna Itatá, Apyterewa , Trincheira-Bacajá e cachoeira seca, na região de Altamira (PA). Cerca de 100 máquinas e equipamentos utilizados por quadrilhas foram destruídas na ação – número superior ao contabilizado em todo o ano de 2019. A Procuradoria vê que a exoneração teria sido uma ‘evidente retaliação’ do ministro.

A Procuradoria também alega que, sob a gestão de Salles, o Brasil registrou ‘as maiores altas do desmatamento e o menor número de multas por crimes ambientais em 20 anos’. Os procurados dizem que o ministro também reduziu em 25% o orçamento da pasta e paralisou o Fundo Amazônia, que deixou de receber investimentos estrangeiros.

Brasil Verde

O Ministério Público Federal também alega que os gastos do governo com a Operação Brasil Verde, derivada do decreto de Garantia de Lei e Ordem (GLO) durante as queimadas na Amazônia do ano passado, custaram em apenas dois meses R$ 14 milhões a mais do que todo o orçamento anual previsto para ações de comando e controle pelo Ibama no ano de 2014.

Segundo os procuradores, ao enxugar o orçamento da pasta e gastar mais com operações das Forças Armadas na Amazônia, Salles ‘não fez economia, e, ao contrário, provocou gastos muito maiores’. “Ressalte-se que tal operação se deu apenas quando a situação das queimadas na região amazônica tomou proporções desmedidas e o fogo ganhou repercussão negativa internacional”, aponta.

Em nota, o ministro do Meio Ambiente classificou assim o pedido apresentado pelo MPF: “A ação de um grupo de procuradores traz posições com evidente viés político-ideológico em clara tentativa de interferir em políticas públicas do Governo Federal. As alegações são um apanhado de diversos outros processos já apreciados e negados pelo Poder Judiciário, uma vez que seus argumentos são improcedentes.”

Fonte: Agência Estado

Sairé 2020 é cancelado com apoio dos botos e de moradores de Alter do Chão

Sairé 2020 é cancelado com apoio de botos e moradores de Alter do Chão

O Comitê de Gestão de Crise, criado pelo governo Nélio Aguiar (DEM) para enfrentamento da pandemia do coronavírus, decidiu na tarde desta segunda-feira (6) pelo cancelamento das edições deste ano do Sairé 2020. E ainda dos desfiles cívicos de 7 de Setembro e Festival de Bandas e Fanfarras. 

Em relação ao Sairé 2020, a pauta já havia sido discutida pelo prefeito Nélio Aguiar, secretário municipal de Turismo e interino de Cultura, lideranças comunitárias de Alter do Chão, organização do Sairé e representantes dos botos Tucuxi e Cor de Rosa em reunião realizada na manhã sexta-feira (3). Todos foram unânimes pelo cancelamento do evento.

O presidente do Conselho Comunitário de Alter do Chão, Junior Sousa, explicou que algumas pessoas gostariam que a festa fosse mantida, mas o cancelamento foi a melhor opção. 

“Como presidente, optei por cancelar porque sabemos que o Sairé é um evento muito importante, mas nesse momento que estamos vivendo temos que pensar na saúde da comunidade. 

A realização de qualquer evento em Alter do Chão atrai muitas pessoas e a maioria dos participantes do rito religioso da festa é do grupo de risco. Então, a gente levou tudo isso em consideração. Para o bem da comunidade, é a melhor opção”, argumentou. A diretora administrativa do Boto Cor de Rosa, Laysa Mathias, apoiou a decisão.

“É triste, mas é necessária porque a gente tem que levar em consideração que estamos tratando de vidas. Então, agora, a gente vai preservar a vida pra poder fazer um Sairé maravilhoso no ano que vem”, disse. 

Decisão sábia sobre o Sairé 

O presidente do boto Tucuxi também apoiou a decisão. “Nós chegamos a um acordo juntamente com a prefeitura e outras representações da comunidade, por conta da aglomeração que o evento iria gerar. Então essa decisão é muito sabia e acredito que é o melhor para toda a comunidade”, disse Edilberto Ferreira. 

O prefeito Nélio Aguiar deixou claro que a decisão foi tomada em conjunto e, tanto as lideranças comunitárias, quanto os membros do comitê concordaram. “O Comitê de Crise decidiu pelo cancelamento. Nós entendemos que não é seguro e, por isso, se torna inviável. 

Foi uma decisão de consenso, Nós descartamos, inclusive, a possibilidade de um adiamento”, explicou Nélio. 

Fonte: blog do Jeso
Com informações da Agência Santarém

Jogador atua com covid-19 e causa surto com 20 infectados na Bulgária


Martin Kavdanski, zagueiro do Tsarko Selo, atuou no Campeonato Búlgaro no dia 2 de julho contaminado pela COVID-19 devido a um erro no laboratório responsável pela testagem dos jogadores. Além de Martin, 16 adversários e três companheiros de equipe foram diagnosticado com a doença.

- Depois que soubemos pela mídia que o jogador de futebol Kavdanski jogou contra nós como positivo para COVID-19, fizemos dois testes de PCR em cada um de nossos jogadores e membros do governo. Infelizmente, 16 testes foram positivos. Todos os jogadores com resultados positivos já estão em quarentena e tomamos todas as medidas de precaução - disse um comunicado do Cherlo More, time que jogou conta o Tsarko Selo.

Apesar do surto que envolve 20 pessoas, a federação não adiou os próximos jogos do torneio, inclusive do Tsarko Selo, que entra em campo na próxima quinta-feira para enfrentar o Botev. Além disso, os estádios seguem abertos e podem receber 30% da lotação do estádio nas arquibancadas.

Durante três semanas, a Bulgária registrou aumento no número de novas infecções, com entre 100 e 180 casos por dia, segundo dados publicados pelo Ministério da Saúde. No total, o país europeu já contabilizou 5.740 infectados, incluindo 246 mortos.

Fonte: Lance

segunda-feira, julho 06, 2020

Publicação de Licenciamentos Ambientais

📣📣ATENÇÃO COOPERADOS‼️

𝐀 𝐂𝐎𝐎𝐏𝐄𝐑𝐀𝐓𝐈𝐕𝐀 𝐌𝐈𝐒𝐓𝐀 𝐃𝐄 𝐃𝐄𝐒𝐄𝐍𝐕𝐎𝐋𝐕𝐈𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎 𝐃𝐎𝐂𝐑𝐄𝐏𝐔𝐑𝐈𝐙Ã𝐎 - 𝐂𝐎𝐌𝐈𝐃𝐄𝐂, através de seu Presidente Sr. Elivaldo Pereira Barbosa, convocamos para Assembléia Geral Extraordinária, a ser realizada em sua sede na Av. Principal, s/nº, CEP 68.192-200, Distrito do Crepurizão, município de Itaituba Estado do Pará dia 01 de agosto de 2020, às 20 horas em primeira convocação, as 20:30 horas em segunda convocação e as 21:00 horas em terceira e última convocação respectivamente (Horário de Brasilia), deliberar sobre a seguinte ordem do dia:

➡️Projeto SMGI 
➡️Mudança na Equipe Técnica 
➡️Adesão de novos sócios 
➡️Notificações e Suspensões 
➡️Construção da draga para a retirada do material do rio e do viveiro florestal 
➡️Outros assuntos não deliberativos.  

Contamos com sua presença.

🕗20h 

📅01 DE AGOSTO DE 2020

📌SEDE DA COMIDEC

Após repercussão, padre justifica críticas a Bolsonaro: 'Não sou eu que não gosto. O mundo não gosta'

Edson Adélio Tagliaferro, da Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores, no interior de São Paulo, disse que sua fala foi tirada de contexto, mas não escondeu sua insatisfação com o presidente, a quem classificou como uma 'pessoa desequilibrada'


Estado de Minas - 
Neasse fim de semana, um padre viralizou na redes sociais ao criticar o
 presidente Jair Bolsonaro (sem partido), chamando-o de 'bandido', e dizendo que ‘quem votou nele deveria se confessar’. Era Edson Adélio Tagliaferro, da Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores, que fica em Artur Nogueira, no interior de São Paulo. A fala foi emitida na última quinta-feira, mas se espalhou pela web dias depois. Nesse domingo, o religioso disse que o trecho foi tirado de contexto, mas voltou a externar sua insatisfação com Bolsonaro.

“Por fim, pegando um gancho com a liturgia de hoje, eu queria deixar claro que não sou eu que não gosto do Bolsonaro. O mundo não gosta dele. O mundo está preocupado e debochando do Brasil, por causa do nosso presidente. Então não se preocupem com o padre Edson”, disse.

O padre também classificou Jair Bolsonaro como uma pessoa ‘desequilibrada’, que prefere pensar em interesses pessoais do que se importar com as vítimas do novo coronavírus no Brasil, que passam de 64 mil.

“O padre Edson é uma fichinha, é uma gota nesse oceano de tantas pessoas que têm falado mundo afora contra os desmandos de uma pessoa desequilibrada, que se preocupa só com o seu grupeto, e não se preocupa com 64 mil mortos que já se foram por causa da pandemia”, afirmou.

Veja o trecho destacado pela reportagem clicando no link, a partir do minuto 24:12.

Fala descontextualizada


De acordo com o padre Edson, o vídeo que circula pelas redes sociais com críticas ao governo Bolsonaro e o aconselhamento de confissão dos eleitores do presidente teve o trecho tirado de contexto. O religioso disse que estava falando do profeta Amós, que prezava pela verdade e dizia nomes sem qualquer tipo de cerimônia.

“Não é novidade para ninguém, quem me conhece de perto, (sabe) que faço muitas críticas ao tipo de pessoa que ele é (Bolsonaro) e o tipo de governo que ele faz, desde antes da sua eleição, porque é uma pessoa que prega a violência, armas. Eu dizia na homilia justamente sobre profetismo. Eu falava da necessidade de que os cristãos tomassem uma posição clara a respeito do que Jesus prega e a respeito desse populismo, desse fascismo que a gente vê no mundo de hoje. Aí pegaram essa homilia e cortaram um trecho apenas e esparramaram pela internet. Acaba descontextualizando tudo o que foi dito”, justificou o padre.

Na noite desse domingo, o religioso divulgou uma nota de esclarecimento, reforçando que a descontextualização na fala, mas ressaltando que ele não era o primeiro a emitir opiniões fortes na internet.

“Há tantas pessoas que dizem isso na internet, não sou o primeiro. O que mudou? Talvez não seja somente eu a estar cansado e angustiado com tudo o que está acontecendo e esta voz acabou representando tantas vozes entaladas na garganta de muita gente”, escreveu.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

No dia dois de julho, durante a missa, fiz a homilia de costume. Havia cerca de cento e dez locais conectados conosco para a celebração da missa. A homilia foi cortada em um trecho específico e o vídeo viralizou. Quero comentar sobre isso.

Primeiro, vendo apenas a parte selecionada, fica descontextualizada a fala. Por isso a necessidade de esclarecimentos. Na missa do dia tínhamos a leitura do profeta Amós (Am 7, 10-17), que como todo bom profeta, foi incisivo em sua fala contra o rei Joroboão II, rei de Israel. Também no Evangelho (Mt 9,1-8), Jesus tem um embate com os fariseus por perdoar os pecados de um paralítico.

Antes de tudo, é bom que saibam reconhecer no padre um ser humano que também sofre as incoerências da vida, tem suas lutas interiores e desafios exteriores a enfrentar. Naquele dia específico eu tive uma conversa acalorada com uma apoiadora do presidente da República. Isso talvez tenha sido decisivo para o ocorrido.

Diante disso tudo fiz a homilia e nela refleti sobre Amós. Este profeta que viveu no ano 760 a.C. e saindo do Reino do Sul, Judá, foi pregar no Reino do Norte, Israel. Deveria ser um homem simples, agricultor e pecuarista. Em Israel falou das incoerências do rei e que as consequências de seus desmandos e das elites que o apoiavam iriam levar o país à ruina. A preocupação de Amós, com certeza eram os pobres que sucumbem junto com seus líderes. A grandeza de sua atitude foi associada a sua coragem, pois ele não falou de forma velada, mas direta, “dando o nome aos bois”. Isso trouxe evidentemente consequências para o profeta que muito sofreu e foi expulso do Reino do Norte.

Trazendo isso para nossa realidade é possível entrever que, se fosse Amós a pregar teria também falado dando nomes aos argumentos. Foi o que fiz. Toda pessoa séria na vivência de sua fé está preocupada com o destino do país e a dor dos pobres. Não é difícil fazer quarentena numa bela casa, com a geladeira cheia e vultosa conta bancária. Mas não é esta a realidade do nosso país. Infelizmente. E isso não está aí por acaso, é fruto de uma história. Afinal foram 388 anos de escravidão negra dos 500 de nosso país colonizado. Somente na cidade de São Paulo são 30.000 pessoas na rua nestes dias de frio. Quantos inocentes ainda terão que morrer baleados em nosso país? E por aí vai.

Eu sabia das consequências embora não imaginasse que pudesse sair dos limites da cidade onde vivo. Já dizia o grande biblista Carlos Mesters: “Ser profeta é inspiração e transpiração” (não que eu seja um profeta, claro). Também o Mestre, Jesus Cristo, nos garantiu a cruz como consequência do discipulado. Aliás, se não estamos tendo críticas e somente glórias, é preciso reavaliar nossa vida, porque é possível que algo possa estar errado. Os santos também me inspiram, como o grande santo de minha devoção Santo Antônio de Pádua (ou Lisboa), grande orador e pregador, certo dia foi pregar aos “peixes” porque ninguém quis ouvi-lo. Imaginem eu, um simples “padre de aldeia”.

O pano de fundo da referida homilia não foi pregar o ódio e divisões. Não tinha a intenção de fazer críticas vazias e apenas provocativas. Mas meu objetivo claro foi dizer que, como cristãos que somos, não podemos ser dúbios quanto a prática da fé. Mais que uma crítica política, foi uma provocação teológica. Não foi a defesa de outro partido político como alguns disseram. Foi uma explanação à cerca da fé em Jesus Cristo e a clareza do seu Evangelho de vida. Quem comunga o seu Evangelho não pode se associar ao reino da morte. Por isso citei até a confissão. Num coração que se pretende viver a opção pela vida, não pode dar espaço ao mal, seja ele qual for. Aliás, sempre onde Jesus chega e há um “demônio”, este logo grita: “O que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus!” (Lc 4,34). Antes de Jesus falar, o mal já sabe que não cabe onde está o Senhor! Sempre enfatizei isso nas minhas homilias. Jesus veio nos salvar ou nos destruir? Quais são nossa escolhas? Nossa resposta depende de quem estamos deixar tomar conta do nosso coração.

Naquela homilia do dia 02/07 lembrei-me e citei Mt 5, 37 ( Que teu sim, seja sim, que teu não seja não!) e Ap 3, 14 -16 (nem frio nem quente, seria melhor ser frio ou quente, porque os mornos eu vomito da minha boca). Este foi o pano de fundo da reflexão. Qual está sendo nossa opção como cristãos? Ela representa o Evangelho de Jesus? Olhando a realidade a nossa volta, que tipo de Igreja queremos ser? Que cada um responda segundo sua consciência!

Seria bom ainda se perguntar por que um vídeo dizendo estas coisas se espalhou como fogo no capim seco? Há tantas pessoas que dizem isso na internet, não sou o primeiro. O que mudou? Talvez não seja somente eu a estar cansado e angustiado com tudo o que está acontecendo e esta voz acabou representando tantas vozes entaladas na garganta de muita gente.

Termino citando o grande escritor Dante Alighieri e uma citação em sua obra prima Divina Comédia. Segundo ele, na porta do inferno está escrito: “Ao entrar deixe a esperança”. Eu posso até ir para o inferno, porque jamais quero desobedecer a uma ordem do meu Senhor e sou merecedor disso pelos meus muitos pecados, mas não terei como deixar a esperança ao entrar, pois minha esperança é Cristo e ele estará para sempre no meu coração, por toda a eternidade. Rezem por mim!

Padre Edson Adélio Tagliaferro

domingo, julho 05, 2020

Rádio Rural, 56 anos de uma rica história


Jota Parente com pouco mais de 20 anos, na primeira foto superior

Hoje, 05 de julho, a Rádio Rural de Santarém completa 56 anos de atividades e de bons serviços prestados a toda essa imensa região amazônica.

Foi inaugurada três meses depois da implantação da ditadura militar, com a qual jamais compactuou a Rádio Emissora de Educação Rural, primeiramente conhecida por Rádio Educadora, depois, como Rádio Rural. Por isso, foi muito perseguida. Quem esteve lá por 14 anos como eu, sabe muito bem disso.

Até para se incluir na programação do dia, a transmissão de uma partida de futebol acertada de última hora, era necessário fazer um ofício para o Departamento de Censura da Polícia Federal. Sempre foi autorizado, mas, se não autorizasse, não haveria transmissão.

Quando digo que a emissora prestou grande serviços para a região amazônica é porque, embora hoje tenha suas transmissões com alcances bem mais limitados, porque opera somente em ondas médias, nos tempos em que atuava, também, em ondas tropicais, chegava aos lugares mais longínquos, rompendo até barreiras do território brasileiro.

Onda tropical - OT ou "Ondas tropicais" é uma faixa do espectro eletromagnético correspondente às radiofrequências entre 2300 kHz e 5060 kHz (comprimentos de onda dos 120 m aos 60 m). A reflexões nas camadas mais baixas da ionosfera, associada à refrações sucessivas na troposfera, permite a cobertura de extensas regiões e atingir pontos da superfície terrestre situados a milhares de quilômetros de distância a partir de uma única antena emissora.

A origem da designação "ondas tropicais" está associada ao (uso entre os trópicos) e com a comparação do seu "comprimento de onda", da ordem de dezenas de metros (sendo por isso também chamadas ondas decamétricas), com o comprimento de onda de outras radiações eletromagnéticas, mais longas, como as ondas médias (ondas hectométricas) e longas (ondas quilométricas). (Wikipedia)

Recebíamos cartas da Suécia, da Noruega, da Alemanha, da Itália e de outros países, fora as que eram enviadas por pessoas que conseguiam ouvir a emissora em cidades muitos distantes no Brasil.

Manuel Dutra: Rádio Rural de Santarém, 55 anosNaquele 05 de julho de 1964, eu tinha 13 anos. O garoto de Cipoal que morava na cidade, acompanhou aquele momento histórico para Santarém, porque nascia naquele momento, uma rádio que viria a se transformar num marco da radiodifusão na Amazônia. E eu nem sonhava em me tornar radialista algum dia.

Haroldo Sena, Manuel Dutra, Eduardo Augusto, gerentes; Edinaldo Mota, Edmar Rosas, Gerson Gregório, Cláudio Serique, Santino Soares, Sinval Ferreira, Osvaldo de Andrade, Campos Filho, Bena Santana, Oti Santos, Terezinha Pantoja, Natalino Souza, Habib Bechara, Eriberto Santos, Dário Tavares, Jota Nogueira, Osmar Simões, Maria dos Remédios, Dona Venita, Dona Zenaide, Dona Conceição Castro, Manolo Santos, Evadir Cardoso, Silvério Reis, Ray Marinho, Lorde Edgar, Cezário Torres, Clenildo Vasconcelos, Tadeu Maia, Erasmo Maia, RaixFran de Souza, Anadir Brito, Eduardo Castro (Boizinho), Hélio Nogueira, Thompson Mota, Leal di Souza, Toni Reis, Benna Lago, Jota Parente, e o grande D. Tiago Ryan.

Certamente cometerei injustiças, esquecendo de nomes de colegas, mas, eu tive o privilégio de fazer parte da mais brilhante equipe que a Rádio Rural montou em toda sua história.

Fui repórter, comentarista esportivo, chefe da equipe de esportes e coordenador de programação. Fiz de tudo na rádio. Quando foi preciso, fui operador, discotecário, atuei no jornalismo, puxei fio no estádio... Estava sempre pronto para fazer o que fosse necessário.

A Rádio Rural era o SMS ou o WhatsApp da época, com o seu Correspondente Rural, primeira e segunda edições, a primeira às 13:00 hs e a segunda às 17:30. Era por seus programas de mensagens que a população de Santarém e de municípios vizinhos conseguiam mandar recados para seus familiares que atuavam nos garimpos, ou que tinham viajado para outras cidades da região.

Quem não lembra da Parada Social, às 11:00 hs, quando músicas de sucesso eram oferecidas para aniversariantes. “A você Zefinha, que completa mais um ano de vida, hoje, seu admirador, Admildo, oferece a melodia, Eu não sou cachorro não”.

 Jornalismo de credibilidade. Deu na Rural, então, era verdade. O Jornal da Noite, antes da chegada da TV, que ecoava a partir das 21 horas.

 A Rádio Rural, que com seu imenso sucesso, levava para os lares dessa imensa região, a palavra de Deus, através da transmissão da Santa Missa, missa campal celebrada por D. Tiago, na frente da catedral de Nª Sª da Conceição, de A Voz do Pastor, e dos programas religiosos como A Bíblia em sua vida, hoje.

 Foi nas missas campais que D. Tiago fez pesadas críticas contra ações truculentas do regime. Ele era a voz dos mais fracos, porque com sua coragem ímpar, dizia coisas que os mortais comuns não poderiam dizer.

São apenas alguns fragmentos de uma rica e extensa história que tanto enriquece a radiofonia brasileira.

Apesar dos percalços, a Rádio Rural segue em frente com os atuais colegas que tem o compromisso de manter vivo esse nome que representa muito para Santarém.

Os tempos são outros, as conjuntaram são diferentes, mas, a essência permanece. Construir uma sociedade melhor e mais justa é o eixo central da missão da nossa rádio. Que assim seja por muito mais tempo.

Jota Parente