O PSDB, partido que fez auditoria das eleições de 2014 e concluiu que não houve fraude no processo, emitiu uma nota na noite desta quinta-feira (29) afirmando que as únicas provas apresentadas por Jair Bolsonaro em live foram de que o presidente é dado a "paranoias e teorias da conspiração".
"O presidente Bolsonaro prometeu apresentar provas de que as eleições brasileiras foram fraudadas por meio das urnas eletrônicas. No lugar disso ofereceu um festival de argumentos constrangedores e patéticos", indicou, em rede social.
"O máximo que conseguiu é deixar a sociedade perplexa com o nível das bizarrices apresentadas. Prova mesmo é que temos um presidente dado a paranoias e teorias da conspiração. O PSDB segue confiando no sistema eleitoral brasileiro."
A nota é assinada pelo presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo. Em 2014, após a derrota do então candidato do partido, Aécio Neves, para a petista Dilma Rousseff, os tucanos pediram autorização ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para fazer uma auditoria do resultado do pleito. Um ano depois, a auditoria concluiu não ser possível constatar fraude na eleição presidencial.
No início de julho deste ano, Aécio rejeitou as suspeitas levantadas por Bolsonaro sobre a eleição presidencial e afirmou que não houve fraude na disputa. "Eu não acredito que tenha havido fraudes nas urnas em 2014, tampouco acredito que nós estejamos fadados a viver eternamente com as urnas eletrônicas de primeira geração", declarou o tucano.
Aécio afirmou em nota que defende mudanças nas urnas eletrônicas apenas "em benefício da credibilidade, da confiabilidade do nosso sistema".
A nota foi divulgada após entrevista do jornal Folha de S.Paulo com o vice na chapa do tucano em 2014, o ex-senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), em que ele também descartou a possibilidade de fraude na disputa.
"A eleição foi limpa, nós perdemos porque faltou voto", afirmou Aloysio. Outros tucanos que participaram daquela eleição descartam suspeitas de fraude. Eles atribuem a derrota a um desempenho abaixo do esperado em estados como Minas Gerais, reduto eleitoral de Aécio.
Procurado nesta quinta, o deputado federal ainda não se manifestou.
Nesta quinta, ao longo de sua fala, Bolsonaro mudou o discurso e admitiu que não pode comprovar se as eleições foram ou não fraudadas.
"Não tem como se comprovar que as eleições não foram ou foram fraudadas. São indícios. Crime se desvenda com vários indícios", declarou.
Os vídeos utilizam uma linguagem bem didática, com desenhos animados, para deixar a mensagem facilmente assimilável.
TSE, reportagens jornalísticas e checadores já mostraram, diversas vezes, que esses esse tipo de fraude não é possível e que os vídeos que circulam na internet não indicam qualquer tipo de irregularidade ou que alguma urna tenha sido corrompida.
O responsável pela exibição dos indícios foi um homem identificado apenas como Eduardo, que, segundo Bolsonaro, é analista de inteligência.
O presidente atacou diversas vezes o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, e defendeu a sua tese do voto impresso -chamado por Bolsonaro de "auditável" e democrático.
Fonte: Folhapress