Na análise da vacina Coronavac, por exemplo, foi apresentada a potência para evitar 80,1% das hospitalizações e 86% dos óbitos. Mas isso quando o público tem de 70 a 74 anos. Quando se eleva para 80 anos ou mais, há uma queda considerável nessa efetividade: prevenção contra hospitalizações cai para 43,4% e, de mortes, para 49,9%.
Tarcísio Meira estava em na idade em que há a chamada imunossenescência, que é o envelhecimento do sistema imune, ou seja, das defesas do corpo a doenças. o ator estava internado e morreu por complicações da covid.
“Existe uma tendência de queda de anticorpos produzidos pela vacina de acordo com o tempo. Isso para todos, mas com maior intensidade pelos idosos, que tem essa questão da imunossenescência. Ou seja, eles respondem menos à vacina e a tendência, diante dessa resposta imune menor, seria um impacto na proteção (contra a covid-19)”, explica o pesquisador Julio Croda, da Fundação Oswaldo Cruz e da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.
As vacinas também não são 100% eficazes para casos sintomáticos, internações e mortes. Mas reduzem drasticamente esses casos.
“Não dá para afirmar que alguém tomou 2 doses da vacina está blindado, independente da marca (do imunizante)”, explica Leonardo Weissmann, médico infectologista do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo, e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Previsto
O médico explica que o fato de uma parcela da população não desfrutar de toda a proteção do imunizante não configura como um “defeito” da vacina, já que isso é previsto e divulgado pelos fabricantes.
“A maioria das pessoas que tomam as vacinas poderá evitar formas graves da doença, internações e mortes. Infelizmente, haverá uma pequena parte da população que não ficará protegida, e isso vale para qualquer vacina, para qualquer doença, independentemente do fabricante”, explica Weissmann.