segunda-feira, dezembro 20, 2021
Ex-líder de Bolsonaro direcionou ao menos R$ 330 milhões para projeto político do filho
Governo liberou verba 'extra parlamentar' a Fernando Bezerra em negociação pré-emendas de relator
Em seu galpão de trabalho em Petrolina (PE), a 713 km do Recife, o escultor Ranilson Viana, 34, conta sobre a obra que fez para representar o político Osvaldo Coelho, morto em 2015, que exerceu o cargo de deputado federal por Pernambuco em nove mandatos.
"A escultura que fiz procura mostrar a força que ele teve para trazer a irrigação para Petrolina. Simboliza a chegada da irrigação e o aumento da fruticultura. Aí começou a nossa riqueza", diz.
A escultura, que custou cerca de R$ 100 mil aos cofres públicos e foi instalada em Petrolina no prédio do órgão federal Codevasf, em 2018, é uma homenagem àquele que é chamado de "patrono da irrigação" por aliados.
No governo de Jair Bolsonaro (PL), coube ao sobrinho de Osvaldo o papel de maior destinador de verbas para a unidade regional do órgão federal.
Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo no Senado até o último dia 15, foi o responsável por endereçar R$ 330 milhões em um período em que o filho dele, Miguel Coelho (DEM), ocupa o posto de prefeito municipal e se lança como candidato ao governo estadual.
A abundância de recursos vinda de congressistas é comemorada pela direção da Codevasf em documentos oficiais.
"A Codevasf tem vivenciado um período positivo, com expressivos incrementos na alocação e execução de recursos orçamentários, especialmente os oriundos de indicações parlamentares", afirma o órgão em relatório enviado em maio passado à Câmara Municipal de Petrolina, em resposta a requerimento do vereador Gilmar dos Santos Pereira (PT).
De acordo com esse levantamento interno, nos três anos imediatamente anteriores à gestão Bolsonaro, de 2016 a 2018, as indicações de parlamentares haviam levado à destinação total de pouco mais de R$ 90 milhões.
Porém, só nos dois primeiros anos da atual administração federal, o valor das emendas e outras formas de repasses por congressistas mais que quintuplicou na divisão da companhia com sede em Petrolina, chegando a R$ 490 milhões.
Mas esse incremento não resulta de uma maior força coletiva da bancada de Pernambuco na busca por recursos para a regional da Codevasf, mas sim do grande poder de Fernando Bezerra Coelho em carrear recursos para o reduto eleitoral de sua família no governo Bolsonaro.
Fonte: Folha
Técnico de Liverpool não contrata atletas não vacinados
Com o avanço de casos de Covid-19 na Inglaterra e, especialmente, na Premier League, técnicos começaram a se pronunciar sobre a necessidade de vacinação.
O técnico alemão Jürgen Klopp, técnico do Liverpool, disse que o clube não pretende contratar jogadores não vacinados. "Não estamos perto de contratar um jogador, mas pensei sobre isso e, sim, será um fator de influência, com certeza", disse Klopp, que já havia sido questionado antes sobre o tema e se mostrado indeciso.
Outros treinadores de renome no país, como Steven Gerrard e Patrick Vieira, que comandam respectivamente Aston Villa e Crystal Palace, também já afirmaram que o status vacinal será levado em consideração na hora de assinar novos jogadores.
"Se um jogador não é vacinado, ele é uma ameaça para todos nós", disse Klopp. "Se um jogador pega Covid-19 e outros estão próximos, todos entram em isolamento. Então é claro que isso [status vacinal] terá uma influência [em decisões de contratação]. Não vamos construir um prédio para os não vacinados. Esperamos que isso não seja necessário."
A Premier League vive uma alta de casos de Covid. Na segunda-feira (13), a liga anunciou que a semana teve 42 novos casos entre jogadores e funcionários.
A taxa de vacinação é baixa em comparação com o resto da Inglaterra. Na liga, são 68% de jogadores com duas doses, enquanto o país conta com 81% de pessoas a partir dos 12 anos com o ciclo vacinal completo, segundo dados da BBC de sexta-feira (17).
Klopp já havia se pronunciado de forma assertiva a favor da vacinação em outubro, quando comparou a recusa do imunizante com o ato de dirigir bêbado.
A alta de casos entre os clubes ingleses forçou o adiamento de 10 jogos do campeonato e na sexta-feira (17) o ministro de Esportes da Inglaterra, Nigel Huddleston, fez um apelo para que jogadores tomassem as vacinas, reforçando aspectos de responsabilidade social.
O futebol não é o único esporte que vive esse problema. Na NFL, liga de futebol americano, e na NBA, liga de basquete dos EUA, jogadores com posição antivacina causam problemas, como impedimentos para viajar a locais que exigem a imunização.
Líder de protestos estudantis é novo presidente do Chile. A esquerda venceu
Boric venceu o ultradireitista José Antonio Kast, determinando uma derrota também para o legado de Pinochet
O esquerdista Gabriel Boric, líder dos protestos estudantis de 2011, foi eleito presidente do Chile neste domingo (19) ao derrotar o ultradireitista José Antonio Kast. Ao reunir o apoio de 4,6 milhões de eleitores (55,8% contra 44,1%), o nome da Frente Ampla se torna o candidato mais votado da história chilena.
Aos 35 anos, Boric será, ainda, o mais jovem presidente da história do país e vai suceder o direitista Sebastián Piñera, que termina em março de 2022 seu segundo mandato. O pleito também teve 55% de participação, índice superior ao do primeiro turno (47%) e do plebiscito para a Constituinte (42,5%)
Pouco mais de uma hora depois do fechamento das urnas já havia um grupo grande na praça Dignidade, palco de manifestações desde 2019, com gritos de "Boric presidente", "liberdade aos presos políticos", "viva a democracia", além de bandeiras referentes à diversidade sexual e aos indígenas mapuche.
O esquerdista governará com um Congresso dividido, sem maioria clara, com o qual será necessário realizar acordos para viabilizar projetos como as reformas da Previdência e do sistema tributário.
Boric será também o presidente que comandará o país durante o plebiscito pela aprovação ou rejeição da nova Constituição, hoje redigida pela Assembleia Constitucional democraticamente eleita. Caso a nova Carta seja aprovada, também caberá ao novo líder comandar a implementação do documento.
Numa eleição em que os partidos tradicionais foram rejeitados nas urnas, o esquerdista leva ao poder uma nova geração de políticos que surgiram com as revoltas estudantis de 2011. Para conseguir o apoio necessário para a vitória, porém, Boric buscou moderar seu discurso, considerado radical por muitos setores, e se reconciliou com a Concertação, aliança de centro-esquerda que governou o Chile por 20 anos. Nas últimas semanas, obteve o apoio dos ex-presidentes Ricardo Lagos e Michelle Bachelet.
Fonte: Folhapress
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