Jota Parente - Posso não concordar com
algumas ou muitas dos conceitos de Benedito Guimarães Aguiar Neto, novo diretor da Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal do Nível Superior (Capes), que oferece bolsas para pesquisas
científicas, que defende a abordagem educacional do criacionismo, teoria que
diz que Deus criou a vida.
Ele é ex-reitor da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, e foi nomeado nesta sexta-feira (24)
para presidir o órgão do MEC. Aguiar Neto substituirá Anderson Ribeiro Correia
que reassumiu a reitoria do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
Não
concordar é um direito meu, porém, tenho o dever de respeitar o imenso saber
adquirido através de muito estudo. Pena que tenha algumas posições retrógradas.
Fiz
essa apresentação para deixar claro que nos postos de comando da educação, no
Brasil, não tem apenas gente sem condições de ocupar o cargo que exerce, a
partir do ministro Abraham
Weintraub, que é pra lá de atrapalhado e incompetente.
Um erro grosseiro, que ilustra a inabilidade do Governo Federal
em administrar a educação brasileira, marcou a divulgação do resultado do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem), um dos principais indicadores da qualidade do
sistema educacional no país.
Depois
de estudantes denunciaram, nas redes sociais, incongruências relacionadas às
notas do Enem 2019, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, reconheceu no
sábado (18) que houve falhas no processo de correção.
Na
transferência de informações da prova do segundo dia, alguns estudantes tiveram
os gabaritos corrigidos com base nas respostas corretas de outras provas. Quem
fez a versão cinza da avaliação, por exemplo, foi avaliado como se tivesse
respondido à amarela.
Visto
que a confusão de versões e o despreparo são muito comuns entre os integrantes
do atual governo, as declarações de Weintraub e do presidente do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, sobre
a falha simplesmente não batem.
Às
pressas e sem evidências concretas, Weintraub afirmou que o erro estaria
restrito a “casos isolados”, algo em torno de apenas 0,1% dos estudantes – ou
seis mil pessoas.
Horas
depois, Lopes desmentiu o ministro e disse que até 30 mil estudantes podem ter
sido afetados.
Contrariando
ainda mais a versão precipitada de Weintraub, o Inep confirmou, no domingo
(19), que identificou problemas na correção das provas do primeiro dia,
ampliando a abrangência da investigação.
Ainda
não se sabe, portanto, quantos estudantes foram atingidos e os efeitos
concretos do erro na vida dos jovens brasileiros.
Vale lembrar que o Enem e o Sistema de Seleção Unificada (Sisu)
são os principais meios de entrada de estudantes de baixa renda na universidade
pública.
Esse
triste episódio, somado ao histórico de demonstrações de incompetência e ao
comportamento lunático dos integrantes do MEC, confirma que estamos diante da
pior gestão da pasta na história recente do Brasil.
Desempenho
pior
Além
das reiteradas trapalhadas protagonizadas pelos gestores do MEC (muitas vezes
tem-se a sensação de que não há efetivamente gestores na pasta), o Enem também
revelou uma queda geral no desempenho dos estudantes em 2019, em comparação com
2018.
Enquanto
a média geral caiu em matemática, linguagens, ciências humanas e da natureza, o
número de notas zero em redação aumentou.
Sem
conseguir explicar o resultado, Alexandre Lopes, do Inep, afirmou que o Enem
não seria um instrumento adequado para avaliação da qualidade. É de se refletir
se sua resposta seria a mesma caso os resultados tivessem melhorado.
Já
o ministro Weintraub, que raramente apresenta explicações concretas sobre
qualquer fenômeno envolvendo a educação brasileira, encontrou como saída,
novamente, colocar a culpa nos governos anteriores.
Quando
não está mentindo para enganar a população, escrevendo textos e tuítes com
erros crassos de português ou errando somas usando bombons em transmissões ao
vivo, Weintraub se esconde sob a mesma desculpa de sempre. Mas com o tempo,
essa justificativa está ficando cada vez mais frágil.
Para rechear ainda mais o currículo de Abraham Weintraub, hoje ele foi advertido pela
Comissão de Ética da Presidência da República.
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu,
por unanimidade, aplicar uma advertência ao ministro da Educação, Abraham
Weintraub. Segundo o colegiado, o chefe da pasta feriu o Código de Conduta da
Alta Administração, faltando com o decoro do cargo.
A conclusão refere-se a
postagens que o ministro fez em suas redes sociais em junho, quando comparou os
ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff à cocaína encontrada
no avião da FAB (Força Aérea Brasileira) que integrou a comitiva presidencial
ao Japão.
A droga estava em uma mala que
pertencia ao sargento Manoel Silva Rodrigues, que foi preso.
O ministro escreveu que o avião
já havia transportado “drogas em maior quantidade” e ainda se referiu aos
petistas, novamente associando-os ao entorpecente.
Ainda nesta terça, o ministro deve se reunir
com o presidente Jair Bolsonaro, que chegou esta manhã da Índia, para explicar
sobre os problemas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). O encontro pode
ser decisivo para seu futuro.
Fontes de pesquisa para
elaboração da matéria: Site do APUFPR e HUFFPOSTBRASL
Compilação e edição de texto: Jornalista Jota Parente